terça-feira, 28 de janeiro de 2014

falar pra quê?


                E a sua pele sensível estava inundada de lágrimas, essa era a única razão que fazia com que os seus olhos brilhassem. Aquele brilho natural perdeu-se há imenso tempo. Pelo menos as suas pernas não fraquejam tanto quanto antes, só que os pés estão doridos e o coração apertado, ansioso para explodir, para sentir com intensidade.

                As palavras já não se querem formar com a facilidade com que se formavam antigamente. A borracha apaga qualquer tentativa de desabafo, e são poucos os ouvidos que querem realmente ouvir o que a nossa boca está ansiosa para deitar cá para fora. É então que os nossos pensamentos bloqueiam, ficam presos dentro de nós e por muito que queiramos soltá-los, é como se sentíssemos que não é esse o destino para eles, afinal, quem se importa? Porque é isso que realmente interessa. Não é a partilha para a coscuvilhice, é a partilha para ser compreendido, apoiado…

(desculpem ainda não ter respondido aos comentários)