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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

a rapariga do autocarro


                Era uma tarde como outra qualquer, a mesma rotina entediante em que eu me envolvia todos os dias. Entrei no autocarro e sentei-me no primeiro lugar que encontrei, visto que não havia muito por onde escolher. Sentei-me num banco que ficava de frente para todas as pessoas e de costas para o condutor. Finalmente pude sentir o meu corpo a aliviar o peso de um dia de trabalho deveras cansativo. Olhei a meu redor, olhei para todos aqueles rostos que mostravam várias expressões: tristes, cansados, apaixonados e entre muitos outros. Até que alguém me chamou a atenção. O seu cabelo dançava quando o vento entrava pela janela e os olhos brilhavam devido ao sol que lentamente ia desaparecendo lá fora.  Tinha um olhar distante, lábios cuidadosamente desenhados e as faces rosadas. Era tão simples que me fascinou. Não precisava de montes de maquilhagem em cima nem de roupas curtas para chamar a minha atenção. Ocupou a minha mente o resto do dia, o resto da noite, pensei nela até ao último segundo antes de adormecer. Estranho, estúpido e talvez cliché, mas nunca na minha vida o meu olhar se prendera tanto a alguém.
(fictício)